terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

BIOGRAFIA DO REI DE ARARUNA

Apesar da bem escrita biografia autorizada do governador José Maranhão, onde o que mais se ressalta é a sua hipotética coerência, a verdade é que, com a sua volta ao Palácio da Redenção, o discurso político na Paraíba se apequenou de vez.

É impressionante a sua capacidade de “ararunizar” a política paraibana. Nada contra Araruna, que é um município simpático, com uma população reconhecidamente hospitaleira. “Ararunizar” aqui tem a ver com o estilo maranhista de fazer política. Com o seu jeito especial de desqualificar o debate e puxar a discussão sempre para o nível mais baixo.

A biografia autorizada vê nele um exemplo coerência. Pura balela! O que ressalta mesmo na personalidade do governador é a incomparável capacidade de perseguir adversários. Tenham sido eles amigos ou não em passado recente.

Ney Suassuna, por exemplo, que em 2006 foi descartado como papel higiênico, uma espécie de leproso por conta de seu envolvimento no caso dos Sanguessugas, sabe bem o poder que Maranhão tem quando se dispõe a perseguir alguém.

Agora mesmo, o prefeito Ricardo Coutinho, cujo crime inafiançável é o de querer disputar democraticamente o governo do Estado, está sofrendo na pele a baixeza dos ataques maranhistas.

Com Ney, em passado não muito remoto, Ricardo já foi apontado por Maranhão como um grande político. O ex-senador era, na versão do Maranhão amigo, um grande carreador de recursos para a Paraíba. Um trator a serviço do Estado. Depois, virou um proscrito.

Ricardo Coutinho, não faz muito tempo, era o suprassumo da competência, da capacidade administrativa e o mais brilhante representante da nova geração de políticos do Estado. Agora, pelo “crime” de querer disputar o governo estadual, é um autoritário, um administrador sem espírito público e, na sua expressão utilizada hoje, um amuado.

Maranhão só é coerente na sua capacidade de destratar e perseguir os adversários. Mas não foi isto o que a sua biografia autorizada quis dizer. Aliás, por falar nesta biografia, ela está tendo o mesmo destino do filme que endeusa Lula: a lata do lixo.

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